Recuo na exportação de carne suína da Espanha e Argentina para a China pode ser alerta para o Brasil
08/07/2021
- NOTÍCIAS DA COASC
A condição de preços baixos do suíno na China e recuperação do plantel vem acendendo luzes de alerta para alguns países exportadores, como Argentina e Espanha. No Brasil, apesar de não haver confirmação oficial de queda nos embarques para o gigante asiático, produtores demonstram preocupação com uma possível diminuição nos volumes ou renegociação de contratos.
De acordo com o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, "a Espanha é o principal exportador de carne suína com destino ao mercado chinês, então sim, é um sinal de alerta importante".
Ele afirma que Estados Unidos, Argentina e agora, Espanha, estão enfrentando este tipo de situação, o que levanta dúvidas sobre os embarques brasileiros. "O que precisa ser feito agora é monitorar preços na China e o fluxo de embarque dos grandes players, uma vez que não temos certeza do que acontece em território chinês", apontou.
Segundo informações divulgadas pelo jornal El País, a Espanha enfrenta uma situação grave devido à decisão das autoridades chinesas de desacelerar ou, em alguns casos, interromper as importações de suínos. Este movimento já provocou uma queda dos preços na Espanha, que atingiram o seu máximo histórico de 1,60 euros por quilo vivo.
Atualmente, do total em volume de carne suína exportada pela expanha, 49% tem como destino a China. No caso do Brasil, neste primeiro semestre de 2021, conforme dados da plataforma ComexVis do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a dependência da China nas exportações de carne suína é de 60%. Se somar este número a Hong Kong, território autônomo da China, o valor sobe para 71%.
Conforme explicação da organização setorial espanhola para suinocultura, Anprogapor, ao El País, não há uma origem clara para esta nova situação dada a baixa transparência das autoridades chinesas.
Neste sentido, a entidade considera três possibilidades: uma, que a recuperação do rebanho suíno seja verdadeira, chegando próximo aos cerca de 400 milhões de animais, número semelhante ao existente antes da crise de 2018, antes da crise da Peste Suína Africana.
A segunda possibilidade é que haja novos surtos da doença, já que muitos produtores optaram pelo abate antecipado, o que significaria um aumento da oferta de carne de forma temporária. A terceira possibilidade é que este seja um simples movimento especulativo das operadoras que dominam o mercado para baixar os preços, segundo a Anprogapor.
ARGENTINA
Situação semelhante foi descrita pelo pelo site Infobae, a decisão da China de interromper a importação de carne suína da Argentina preocupa produtores locais e exportadores da proteína, e os embarques esperados para os próximos meses permanecem em espera. "Além disso, nas últimas semanas houve queda de até 40% nos preços apresentados pelo mercado chinês, que hoje sofre uma queda sazonal da demanda e também um excesso de produção que deve ser revertido ao mercado, fato que deprime os valores domésticos", apontou a publicação.
Em entrevista ao Infobae, Guillermo Proietto, gerente geral de exportação da ArgenPorks, "grandes exportadores agora desviam sua produção para outros mercados, mas com a saturação da China, isso também afeta outros mercados asiáticos, como Hong Kong e outros países da África e do Leste Europeu”.
De acordo com o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, "a Espanha é o principal exportador de carne suína com destino ao mercado chinês, então sim, é um sinal de alerta importante".
Ele afirma que Estados Unidos, Argentina e agora, Espanha, estão enfrentando este tipo de situação, o que levanta dúvidas sobre os embarques brasileiros. "O que precisa ser feito agora é monitorar preços na China e o fluxo de embarque dos grandes players, uma vez que não temos certeza do que acontece em território chinês", apontou.
Segundo informações divulgadas pelo jornal El País, a Espanha enfrenta uma situação grave devido à decisão das autoridades chinesas de desacelerar ou, em alguns casos, interromper as importações de suínos. Este movimento já provocou uma queda dos preços na Espanha, que atingiram o seu máximo histórico de 1,60 euros por quilo vivo.
Atualmente, do total em volume de carne suína exportada pela expanha, 49% tem como destino a China. No caso do Brasil, neste primeiro semestre de 2021, conforme dados da plataforma ComexVis do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a dependência da China nas exportações de carne suína é de 60%. Se somar este número a Hong Kong, território autônomo da China, o valor sobe para 71%.
Conforme explicação da organização setorial espanhola para suinocultura, Anprogapor, ao El País, não há uma origem clara para esta nova situação dada a baixa transparência das autoridades chinesas.
Neste sentido, a entidade considera três possibilidades: uma, que a recuperação do rebanho suíno seja verdadeira, chegando próximo aos cerca de 400 milhões de animais, número semelhante ao existente antes da crise de 2018, antes da crise da Peste Suína Africana.
A segunda possibilidade é que haja novos surtos da doença, já que muitos produtores optaram pelo abate antecipado, o que significaria um aumento da oferta de carne de forma temporária. A terceira possibilidade é que este seja um simples movimento especulativo das operadoras que dominam o mercado para baixar os preços, segundo a Anprogapor.
ARGENTINA
Situação semelhante foi descrita pelo pelo site Infobae, a decisão da China de interromper a importação de carne suína da Argentina preocupa produtores locais e exportadores da proteína, e os embarques esperados para os próximos meses permanecem em espera. "Além disso, nas últimas semanas houve queda de até 40% nos preços apresentados pelo mercado chinês, que hoje sofre uma queda sazonal da demanda e também um excesso de produção que deve ser revertido ao mercado, fato que deprime os valores domésticos", apontou a publicação.
Em entrevista ao Infobae, Guillermo Proietto, gerente geral de exportação da ArgenPorks, "grandes exportadores agora desviam sua produção para outros mercados, mas com a saturação da China, isso também afeta outros mercados asiáticos, como Hong Kong e outros países da África e do Leste Europeu”.