ARTIGO: O Oeste pede socorro
08/07/2021
- NOTÍCIAS DA COASC
A plena inserção do oeste de Santa Catarina na economia nacional e global não é suficiente para que a região supere as graves deficiências de infraestrutura que historicamente a perseguem. Os sérios gargalos de infraestrutura enfrentados em todo o estado são ainda mais graves naquela região, que vive um “abandono crônico”, como bem definiu em artigo recente o presidente da Aurora Alimentos, Neivor Canton.
Com um PIB de R$ 44,7 bilhões (2018), que corresponde a 15% do estadual, o oeste dá substantiva contribuição ao desenvolvimento de Santa Catarina. A região foi responsável por 15,1 mil das 26 mil vagas de emprego geradas pela indústria catarinense em 2020 e, em 2021, responde por 20% dos novos empregos do setor. Em proporção similar, exportou, em 2020, US$ 1,6 bilhão ou 16,1% do total de Santa Catarina.
A colonização que ocorreu logo após à Guerra do Contestado e à definição das divisas com o Paraná trouxe ao oeste levas de descendentes das famílias italianas e alemãs que no século anterior haviam se estabelecido no Rio Grande do Sul. Na bagagem, traziam a tradição de produzir derivados de carne, dando origem aos frigoríficos, que começaram a abrir mercados em grandes centros. Transporte e logística eram obstáculos, mas com determinação e criatividade, os empresários superaram todos os desafios.
Ainda que tenha sido construída uma malha rodoviária e que a região possua importantes hidrelétricas, o oeste catarinense continua carecendo de investimentos em infraestrutura. O fornecimento de energia está inconsistente e não há fornecimento de gás natural; as rodovias apresentam severas precariedades, prejudicando o recebimento de matérias-primas e o escoamento do produto acabado. Além disso, começam a eclodir problemas de saneamento e é necessário viabilizar alternativas para enfrentar problemas de falta de água. O risco é a migração em ritmo cada vez mais acentuado dos investimentos para outras regiões.
O sentimento na região é um só: o oeste de Santa Catarina não pode mais esperar. Urge, como defendeu em recente manifestação o vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para a região, Waldemar Schmitz, a união de todas as lideranças políticas e econômicas do estado em favor de investimentos públicos para a superação das graves e crônicas deficiências que a região enfrenta. Essa é uma bandeira permanente da Fiesc.
Sobre o autor
Mario Cezar de Aguiar é presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Engenheiro civil e empresário dos setores da construção civil e do plástico, preside ainda os conselhos regionais do Sesi e do Senai, a Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Fiesc e o Conselho Estratégico para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense. É membro dos Conselhos Nacionais do Sesi e do Senai, do Sebrae/SC, além de delegado da Fiesc junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Com um PIB de R$ 44,7 bilhões (2018), que corresponde a 15% do estadual, o oeste dá substantiva contribuição ao desenvolvimento de Santa Catarina. A região foi responsável por 15,1 mil das 26 mil vagas de emprego geradas pela indústria catarinense em 2020 e, em 2021, responde por 20% dos novos empregos do setor. Em proporção similar, exportou, em 2020, US$ 1,6 bilhão ou 16,1% do total de Santa Catarina.
A colonização que ocorreu logo após à Guerra do Contestado e à definição das divisas com o Paraná trouxe ao oeste levas de descendentes das famílias italianas e alemãs que no século anterior haviam se estabelecido no Rio Grande do Sul. Na bagagem, traziam a tradição de produzir derivados de carne, dando origem aos frigoríficos, que começaram a abrir mercados em grandes centros. Transporte e logística eram obstáculos, mas com determinação e criatividade, os empresários superaram todos os desafios.
Ainda que tenha sido construída uma malha rodoviária e que a região possua importantes hidrelétricas, o oeste catarinense continua carecendo de investimentos em infraestrutura. O fornecimento de energia está inconsistente e não há fornecimento de gás natural; as rodovias apresentam severas precariedades, prejudicando o recebimento de matérias-primas e o escoamento do produto acabado. Além disso, começam a eclodir problemas de saneamento e é necessário viabilizar alternativas para enfrentar problemas de falta de água. O risco é a migração em ritmo cada vez mais acentuado dos investimentos para outras regiões.
O sentimento na região é um só: o oeste de Santa Catarina não pode mais esperar. Urge, como defendeu em recente manifestação o vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para a região, Waldemar Schmitz, a união de todas as lideranças políticas e econômicas do estado em favor de investimentos públicos para a superação das graves e crônicas deficiências que a região enfrenta. Essa é uma bandeira permanente da Fiesc.
Sobre o autor
Mario Cezar de Aguiar é presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Engenheiro civil e empresário dos setores da construção civil e do plástico, preside ainda os conselhos regionais do Sesi e do Senai, a Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Fiesc e o Conselho Estratégico para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense. É membro dos Conselhos Nacionais do Sesi e do Senai, do Sebrae/SC, além de delegado da Fiesc junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI).