A carne suína voltou a ganhar competitividade em relação às demais proteínas concorrentes em setembro, após uma perda na competitividade em agosto, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Mesmo assim, o custo de produção para os produtores independentes têm sido o ponto de desiquilíbrio.
 
O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos – ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, afirma que a atividade está no fundo do poço quando o assunto é a suinocultura independente. “Se nós avaliarmos de janeiro a setembro, o custo de produção que tivemos, com o valor comercializado, nosso prejuízo é de R$ 161 reais de perda com um suíno de 100 quilos. Então é fato dizer que a nossa suinocultura independente está no fundo do poço”, comentou
 
De Lorenzi também lamentou a perda do poder de compra do consumidor que, apesar de ser a carne mais barata no mercado, não tem adquirido em grande escala. Ele explicou ainda que o mês que mais deu prejuízo para o produtor independente foi março, quando o prejuízo foi de R$ 239 reais para cada suíno comercializado.
 
O presidente da ACCS argumentou ainda que os produtores estão tendo muitas dívidas e, devido a isso, muitos deixam a atividade e vendem todo o plantel para, pelo menos, deixar o CPF limpo. “Esse é o grande entrave que a gente vê, muitos já não têm mais créditos e não sabem mais o que fazer, a não ser vender o plantel, para manter o CPF limpo, desistindo da suinocultura e mais tarde iniciar numa outra atividade. Realmente é muito triste”, lamenta.
 
Losivanio confirmou ainda que Santa Catarina deixou de exportar, em relação ao ano passado, de janeiro a setembro, 58.200 toneladas de carne suína para a China. O país asiático é um dos maiores mercados exportadores do produto catarinense.