Atenção à biosseguridade na prevenção à peste suína africana
27/08/2021
- NOTÍCIAS DA COASC
A Peste Suína Africana, erradicada no país desde a década de 1980, voltou à pauta do setor produtivo como um alerta para toda a América Latina. Embora seja em uma ilha, o recente foco identificado na República Dominicana mostra que a atenção total à prevenção é um ponto crucial para que a enfermidade não avance no continente.
No Brasil, a suinocultura está em estágio avançado em relação à defesa agropecuária. Mas o engajamento de todos para a preservação do status do país como livre da enfermidade é fundamental.
Em primeiro lugar, é preciso deixar bem claro que a PSA não representa risco à saúde humana. O consumidor deve ficar tranquilo em relação ao consumo da carne suína brasileira, uma das mais nutritivas e saborosas do mundo.
Essa doença infecciosa, que tem sido letal e devastadora em vários plantéis do mundo, é uma zoonose específica e exclusiva de suínos, sejam eles criados em granjas ou os asselvajados, como os javaporcos e os javalis.
Mas evitar o contágio não é apenas uma questão de saúde animal. Envolve a manutenção de empregos em toda a cadeia e interfere estrategicamente no fornecimento de alimentos. Um prejuízo que pode afetar a todos.
Ciente dos riscos e com conhecimento técnico para contribuir, a Associação Brasileira de Proteína Animal — ao lado de 21 organizações de 18 países latino-americanos — integra o Comité de Crisis PPA LatAm, que prevê o fortalecimento das defesas sanitárias e ações de conscientização para evitar a Peste Suína Africana no continente.
Intensificar cuidados preventivos em todas as esferas é imprescindível, ainda mais para que a circulação de pessoas não seja um “vetor”. Assim, nasceu a campanha #TodosContraLaPPA, que envolve produtores, sociedade civil e líderes governamentais de todas as nações.
O engajamento torna-se ainda mais necessário quando se analisam números, que reforçam a dimensão do problema. Outro caso devastador é o chinês. Só em 2021, foram registrados 13 surtos da doença em oito províncias, com mais de 10 mil animais sacrificados.
Ao se contabilizar o prejuízo desde o início da crise, em 2018, as perdas da China podem representar mais de 20 milhões de toneladas. Por sua vez, a Alemanha também sofre com embargos desde setembro de 2020, a partir da identificação de focos da doença na região de Brandemburgo.
É fato que a preocupação aumenta a cada dado fornecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A história demonstra o quão contagiosa é essa enfermidade, que tem praticamente isolado países com tradição em exportação.
Somente em 2020, os empreendimentos brasileiros foram responsáveis por 4,436 milhões de toneladas, 4,54% da produção mundial. Em relação ao volume exportado, foram 1.024 mil toneladas. Quarto maior produtor e exportador de carne suína, o Brasil tem peso e papel estratégico neste reforço preventivo.
No âmbito doméstico, os rígidos procedimentos de biosseguridade adotados pelo setor produtivo foram atualizados e divulgados aos associados pela diretoria técnica da ABPA, com foco especial na movimentação de pessoas intrassetorial.
Ao mesmo tempo, foi reforçada a campanha “Brasil Livre de PSA”. Em caráter emergencial, foi convocado o Grupo Especial de Prevenção à Peste Suína Africana (GEPESA) da ABPA. Além disso, estabelecemos contato com o Ministério da Agricultura e iniciamos tratativas para a composição de medidas preventivas em portos, aeroportos, além das granjas, os principais pontos de atenção.
O combate à Peste Suína Africana é um tema que deve interessar a todos. Trata-se de uma pauta que precisa ser trabalhada com responsabilidade e, acima de tudo, informação. Manter a erradicação de doenças neste mercado, que se aprimora ano após ano, depende da união, seriedade e cooperação bilateral ou em bloco.
Está em jogo a fonte de renda de milhares de famílias e o fornecimento de alimentos em escala global. E quando cada um cumpre a sua parte no processo de biosseguridade, o resultado é efetivo e eficaz.
Ricardo Santin é presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reúne 140 empresas e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura do Brasil.
No Brasil, a suinocultura está em estágio avançado em relação à defesa agropecuária. Mas o engajamento de todos para a preservação do status do país como livre da enfermidade é fundamental.
Em primeiro lugar, é preciso deixar bem claro que a PSA não representa risco à saúde humana. O consumidor deve ficar tranquilo em relação ao consumo da carne suína brasileira, uma das mais nutritivas e saborosas do mundo.
Essa doença infecciosa, que tem sido letal e devastadora em vários plantéis do mundo, é uma zoonose específica e exclusiva de suínos, sejam eles criados em granjas ou os asselvajados, como os javaporcos e os javalis.
Mas evitar o contágio não é apenas uma questão de saúde animal. Envolve a manutenção de empregos em toda a cadeia e interfere estrategicamente no fornecimento de alimentos. Um prejuízo que pode afetar a todos.
Ciente dos riscos e com conhecimento técnico para contribuir, a Associação Brasileira de Proteína Animal — ao lado de 21 organizações de 18 países latino-americanos — integra o Comité de Crisis PPA LatAm, que prevê o fortalecimento das defesas sanitárias e ações de conscientização para evitar a Peste Suína Africana no continente.
Intensificar cuidados preventivos em todas as esferas é imprescindível, ainda mais para que a circulação de pessoas não seja um “vetor”. Assim, nasceu a campanha #TodosContraLaPPA, que envolve produtores, sociedade civil e líderes governamentais de todas as nações.
O engajamento torna-se ainda mais necessário quando se analisam números, que reforçam a dimensão do problema. Outro caso devastador é o chinês. Só em 2021, foram registrados 13 surtos da doença em oito províncias, com mais de 10 mil animais sacrificados.
Ao se contabilizar o prejuízo desde o início da crise, em 2018, as perdas da China podem representar mais de 20 milhões de toneladas. Por sua vez, a Alemanha também sofre com embargos desde setembro de 2020, a partir da identificação de focos da doença na região de Brandemburgo.
É fato que a preocupação aumenta a cada dado fornecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A história demonstra o quão contagiosa é essa enfermidade, que tem praticamente isolado países com tradição em exportação.
Somente em 2020, os empreendimentos brasileiros foram responsáveis por 4,436 milhões de toneladas, 4,54% da produção mundial. Em relação ao volume exportado, foram 1.024 mil toneladas. Quarto maior produtor e exportador de carne suína, o Brasil tem peso e papel estratégico neste reforço preventivo.
No âmbito doméstico, os rígidos procedimentos de biosseguridade adotados pelo setor produtivo foram atualizados e divulgados aos associados pela diretoria técnica da ABPA, com foco especial na movimentação de pessoas intrassetorial.
Ao mesmo tempo, foi reforçada a campanha “Brasil Livre de PSA”. Em caráter emergencial, foi convocado o Grupo Especial de Prevenção à Peste Suína Africana (GEPESA) da ABPA. Além disso, estabelecemos contato com o Ministério da Agricultura e iniciamos tratativas para a composição de medidas preventivas em portos, aeroportos, além das granjas, os principais pontos de atenção.
O combate à Peste Suína Africana é um tema que deve interessar a todos. Trata-se de uma pauta que precisa ser trabalhada com responsabilidade e, acima de tudo, informação. Manter a erradicação de doenças neste mercado, que se aprimora ano após ano, depende da união, seriedade e cooperação bilateral ou em bloco.
Está em jogo a fonte de renda de milhares de famílias e o fornecimento de alimentos em escala global. E quando cada um cumpre a sua parte no processo de biosseguridade, o resultado é efetivo e eficaz.
Ricardo Santin é presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reúne 140 empresas e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura do Brasil.