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China vai entrar em uma nova era no setor de carne bovina


26/08/2021 - NOTÍCIAS DA COASC

A China vai entrar em uma nova era no setor de carne bovina. Apesar do retorno da produção de carne de porco, afetada pela ocorrência da peste suína africana nos últimos anos, a participação da carne de boi cresce, e a busca será por produtos frescos e de maior qualidade.
 
Os canais de consumo também devem sofrer transformação. Praticamente destinado à alimentação fora de casa, o consumo de carne bovina avança no lar, e como opções de vendas passam a ser os supermercados e o comércio eletrônico.
 
Esse crescimento no consumo chinês continuará influenciando a demanda e os preços internacionais.
 
As notícias são de analistas do Rabobank, banco voltado para o agronegócio, que estimam uma continuidade forte da presença da América do Sul no abastecimento chinês.
 
Entre os 25 fornecedores de carne bovina para a China, o Brasil é o líder. Em 2018, os brasileiros forneciam 31% desta proteína que os chineses importavam. No primeiro semestre ano, a participação de 38% deste.
 
Tradicional fornecedor de carnes de baixo e médio custos, o Brasil tem chances de elevar a participação no filão de maior valor agregado.
 
O setor de carne bovina chega a US $ 110 bilhões (R $ 583 bilhões) por ano no mercado chinês. De 2011 a 2020, o crescimento anual do consumo foi de 3%, atingindo 8,5% do total das carnes consumidas. Para 2025, os analistas do Rabobank estimam uma elevação dessa participação para 9,7%.
 
O consumo chinês de carne bovina foi de 8,7 milhões de toneladas no ano passado, com uma produção atingindo 6,7 milhões.
 
Os querem aumentar a produção com melhoria da genética do rebanho, mas há uma dificuldade inerente nessa expansão, devido à disputa das áreas de rebanho com as de grãos. Com isso, o país vai continuar das importações.
 
Atualmente como compras externas representam 25% do consumo interno. Deverá subir para 30% em 2025, somando de 2,5 milhões a 2,7 milhões de toneladas, segundo o Rabobank.
 
A peste suína africana deu um impulso ao consumo da carne bovina, mas o retorno ao normal da produção de carne de porco não deve retirar a de boi da mesa dos chineses.
 
Neste ano, mesmo com a forte queda nos preços da carne suína, devido à melhora na oferta, e com a redução de apenas 5% na de boi, o consumo contínuo resiliente.

Fonte: Folha de São Paulo








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